De meados de agosto a dezembro, no cerrado, e do fim do ano a março, na caatinga, ocorrem as temporadas de reprodução de papagaios e araras. O período é igualmente de intensa busca de ovos e de filhotes por traficantes.
Os criminosos tentam criar os animais ou os vendem imediatamente como pets, sobretudo em grandes cidades. O comércio ilegal ao exterior também ocorre, sobretudo com espécies cuja raridade aumenta seu preço de venda.
Entre os animais mais visados pela bandidagem impune e compradores irresponsáveis está o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), já sofrendo com o desmatamento.
Marcelo Pavlenco é diretor-presidente da SOS Fauna, ong que desde 2006 atua contra esse comércio ilegal. Ele prevê que este ano será também de grandes apreensões e mortandade de filhotes de papagaios e de araras.
"O poder público ainda não tem uma estrutura minimamente razoável para fiscalizar os crimes e receber animais apreendidos. Apenas aves que interessam a criadores comerciais e zoos recebem atenção especial”, diz.
O roubo de seus ovos e filhotes é ainda mais danoso pelas baixa taxa reprodutiva e reduzida população da espécie. Cada ninhada tem em média apenas 2 ovos e há menos de 2,3 mil de-lear na Caatinga baiana.
Ainda mais dramático, informações do governo brasileiro dão conta de que somente 220 araras-de-lear, ou cerca de 10% de sua população sertaneja, estariam em idade reprodutiva.
Não compre animais silvestres! Ajude a preservar a nossa fauna.